Pedro Lamy
J.A.- Desde 1977, que ganha competições a nível de desportos automobilísticos. Qual o percurso da sua carreira desde essa altura e quem o influenciou.
P.L.- Eu comecei a correr nos mini motocrosses, logicamente por intermédio do meu pai quando tinha 5 anos. Depois comecei a andar de mota. Mas, no automobilismo, estive sempre ligado a ele, posso mesmo dizer que foi desde que nasci, pois o meu pai corria em ralis e esteve sempre ligado à competição automóvel.
J.A.- Esteve ligado aos minis durante um tempo, passou por outras categorias até chegar à Fórmula 1, onde permaneceu durante 4 anos. É assim ou estou enganado?
P.L.- Não, mas entre os minis motocrosses e a Formula 1 houve muitas coisas. Houve o karting, houve fórmula Ford e outras em diversas categorias, que eu venci quase todas elas até chegar à Fórmula 1. Não é estar no mini motocrosse e logo a seguir passar à Fórmula 1. Para aí se chegar, temos que demonstrar o quanto valemos, em categorias, digamos inferiores, tais como a Fórmula Ford e outras, como acima mencionei.
J.A.- Porque é que interrompeu a Fórmula 1?
P.L.- Interrompi porque estava cansado de andar com um carro que não era competitivo, de muitas críticas negativas, muitas delas sem qualquer conhecimento, e achei que na minha carreira tinha sido sempre vencer corridas em várias categorias e achava que, na altura, não valia a pena sacrificar-me tanto para estar ali a sofrer só para estar na Fórmula 1, o que não era motivo suficientemente forte para lá continuar e também não estava a ter grandes oportunidades numa equipa mais competitiva. Talvez, se tivesse sido hoje, teria insistido mais um pouco mas na altura penso que fiz a melhor opção.
J.A.- Desde que começou, muito jovem, até chegar à F 1, teve que passar por muitas categorias e competições que ganhou quase sempre.
P.L.- Nós só chegámos à F 1 quando realmente se consegue obter resultados noutras categorias onde obtemos experiência, tais como: carting, F Ford, F Opel Lótus, F 3 e depois F 3000, onde venci em todas as categorias. A única em que não venci foi o campeonato da Fórmula 3000, onde fiquei em segundo lugar, com muitos bons resultados, e por isso entrei na Fórmula 1.
J.A.- Depois da Fórmula 1 regressou ao campeonato GT?
P.L.- Sim depois de sair da Fórmula 1 fui para as corridas de resistência, não havia GT, fui campeão do mundo de GT 2, depois fiz BPM, com a Mercedes venci ainda outras categorias, venci outros campeonatos, campeonato de turismo na Albânia, venci o DTM, duas vezes o GT1 e outros. Neste momento, estou nas resistências com a equipa Peugeot Sport e venci o campeonato, o ano passado.
J.A.- No dia 11 de Maio, teve um certo azar, depois de ter ganho a pole-position, nos 1000 Km de SPA, na Alemanha, teve que desistir no 2ºdia. quer-nos falar sobre isso?
P.L.- Pois, as coisas más são para esquecer, porque as coisas boas é que é preciso recordá-las e tentar repeti-las. Por isso não me pronuncio sobre isso.
J.A- E quanto ao futuro, o que é vai ser?
P.L.- O futuro só Deus sabe, é tentar sempre correr, ser um bom profissional naquilo que mais gosto de fazer e tentar sempre conseguir os melhores resultados.
J.A.- É benfiquista?
P.L.- Sou benfiquista.
J.A.- Ser benfiquista é o quê, uma paixão para si?
P.L.- Não, é apenas o meu clube de eleição, não sou muito viciado em futebol, gosto de futebol, gosto de apreciar mas não sou fanático, portanto não é uma paixão é apenas o meu clube de infância e portanto o meu clube de coração.
J.A.- Como oriundo da região de Alenquer, mais concretamente da Vila Galega, quer-nos falar sobre essa região, os progressos ou não que esta região tem sofrido ao longo dos anos ou qualquer coisa que gostaria de destacar, tanto pela positiva como pela negativa?
P.L.- Alenquer está bastante desenvolvido e, nos últimos anos, tem-se feito um óptimo trabalho. o Presidente da Câmara tem puxado muitas coisas para o concelho de Alenquer e isso é muito positivo. Neste momento, não sei o que faz falta em Alenquer, mas a Câmara tem feito um óptimo trabalho no Concelho de Alenquer, mas é assim, falta sempre qualquer coisa.
J.A.- O Pedro Lamy é uma referência para muitos jovens. O que é que gostaria de dizer àqueles que estão neste momento a tentar seguir-lhe as pisadas, tanto a nível pessoal quanto a nível financeiro?
P.L.- Primeiro tem que saber se é aquilo que gosta, se é o que quer e se tem jeito, para depois tentar fazer todos os esforços para conseguir bons resultados. O que é preciso é viver o momento e dedicar-se a cem por cento àquele momento, porque, como todos os desportos, o resultado final dificilmente é aquele que se sonha e, portanto, é preciso trabalhar para obter bons resultados no próximo evento, mas isso é preciso coragem e tentarem obter os melhores apoios possíveis, porque é um desporto muito caro e, sem apoios, é muito difícil lá chegar.
J.A.- O Jornal das Autarquias é um jornal que trabalha para as autarquias, sempre a custo zero. É um jornal “on-line” que pode ser consultado em www.jornaldasautarquias.com. Que pensa deste projecto
P.L.-Como projecto inovador que é, acho que é muito interessante, porque dá oportunidade a todas as autarquias de se expressarem e darem a imagem daquilo que fazem e pretendem fazer. Eu acho que é positivo para todos nós, porque quanto mais audiência e mais pessoas a tomarem atenção a este meio de notícia melhor para todos.
O Jornal das Autarquias agradece a disponibilidade dispensada por Pedro Lamy, ao conceder-nos esta entrevista.