Entrevista ao Presidente Junta da União das Freguesias de São Mamede de Infesta e Senhora da Hora

Leonardo Moreira Fernandes

J.A.-O turismo e o sector primário são valorizados nessa autarquia?
PUF.-Eu como Presidente da Junta da União das Freguesias de São Mamede de Infesta e Senhora da Hora e todo o Executivo que me acompanha, valorizamos todos os sectores do turismo (desde o primário ao terciário). No que diz respeito ao Turismo, tentamos divulgar e promover a marca da União “UFSMISH” de forma a que possamos captar investimento e desenvolvimento para ambas as freguesias, com a publicidade inerente aos “Caminhos de Santiago” à “Quinzena Cultural” entre outras. Tentamos publicitar ao máximo, através das nossas Associações, Instituições e Coletividades, rádio e população em geral, fazemos parcerias com outros organismos e Autarquias, para que possamos também fazer troca de culturas, a promoção do território (turismo e património) com o bem-estar e o progresso das suas populações entre outras.
Relativamente ao sector primário, fazemos o que podemos, essencialmente fomentando e apoiando o comércio local, com articulação da Cultura (concertos no nosso mercado, e feira semanal) de forma a que se possa atrair mais gente aos locais de compra. Trabalhamos, diariamente, para valorizar todos/as os/as que trabalham na nossa União das Freguesias, pois é nossa convicção que a “União faz a força” e se todos/as tiverem os seus postos de trabalho seguros, todos/as sairemos vencedores/as

J.A-As medidas já tomadas pelo Governo contra a violência doméstica, serão suficientes para atenuar esse flagelo?
PUF.-A violência contra as mulheres e a violência doméstica são das formas mais gravosas de
discriminação das mulheres em razão do seu sexo, reflexo de persistentes estereótipos de género e de relações de poder desiguais. Um dos objetivos consagrados no programa do XXII Governo Constitucional é o de combater todas as formas de violência, em particular contra as mulheres, e travar o flagelo da violência doméstica.

Deste modo, a 26 de novembro de 2020, saiu o Decreto-Lei nº101/2020, que tem por base a criação de uma licença especial para reestruturação familiar e do respetivo subsídio, no âmbito do crime de violência doméstica. A medida é um passo muito importante para que estas vítimas se sintam mais seguras e confiantes na altura que decidem deixar o/a agressor/a para trás

J.A.-Como encara a violência nas escolas’
PUF.-Com enorme preocupação. A meu ver a violência tem se agravado e assumido diversas formas de expressão nas escolas. Nos dias de hoje, deparamo-nos com facetas mais evidentes e outras mais camufladas. A escola precisa cada vez mais de ser reconhecida pelos alunos e seus familiares como um ambiente social seguro. É extremamente necessário que os pais ouçam as crianças e estejam atentos aos sinais de que podem estar assustadas, apreensivas e com medo.

J.A.- Existem cada vez mais maus tratos, tanto em adultos como em crianças, incluindo violações. Quer falar sobre o assunto?
PUF.-Estamos conscientes dessa realidade e que pode abranger todos, independentemente do género, idade, nacionalidade ou estrato social. Através do nosso Gabinete de Ação Social e em parceria com a rede social, estamos atentos e disponíveis para intervir, promovendo ações de sensibilização junto das escolas e da população em geral.

J.A.-Que recursos financeiros necessitam as populações mais enfraquecidas (a vários níveis) nessa autarquia?
PUF.-A autarquia de Matosinhos é uma das Autarquias mais desenvolvidas a nível nacional no que concerne a medidas sociais. A nossa Presidente, Dra. Luísa Salgueiro, e a sua equipa de ação social são responsáveis por variadíssimas respostas sociais para a terceira idade.
Nomeadamente: temos várias respostas com diferentes valências (Estruturas Residenciais para
pessoas idosos/as, Centros de Dia, Universidades Seniores, Serviço de Assistência Domiciliária, Serviço de Apoio Domiciliário, Serviço de pequenas reparações nas habitações dos/as nossos/as idosos/as, etc

J.A.- Como reagiu essa autarquia com a chegada de imigrantes, quais as medidas que foram tomadas. Temos verificado, cada vez mais, o aumento da imigração! Como reage às más condições, de trabalho e sustentação, que os mesmos estão ser tratados?
PUF.-Temos recebido muitos imigrantes, temos consciência disso, não só pelo que vemos nas ruas da Senhora da Hora e S. Mamede de Infesta, mas também pelo aumento diário de pedidos de atestados de residência emitidos. A União das Freguesias de S. Mamede de Infesta e Senhora da Hora, através do GIP (Gabinetede Inserção Profissional) e do Gabinete de Ação Social, apoia e encaminha os pedidos de regularização da documentação legal e procura, na rede social existente, dar respostas às necessidades apresentadas. Por outro lado, sempre que detetamos irregularidades, damos conhecimento às entidades competentes para que possam atuar em conformidade.

J.A.- O que pensa sobre as medidas que o Governo quer implementar sobre o parque da habitação?
PUF.-A Secretária de Estado da Habitação, Marina Gonçalves, afirmou que o Governo pretende aumentar o parque público habitacional dos atuais 2% para 5% nos próximos anos, com o objetivo de se aproximar progressivamente da média europeia. Penso que as medidas implantadas procuram responder de forma completa a todas as dimensões do problema da habitação. Esta é uma preocupação central e transversal da sociedade portuguesa porque diz respeito a todas as famílias e não apenas às mais carenciadas, mas também aos jovens e às famílias da classe média.

O Programa Mais habitação, aprovado salvo erro em fevereiro do presente ano, já começa a refletir-se em Matosinhos, devido ao crescente aumento de pedidos de apoio ao arrendamento, que está relacionado com o aumento do custo de vida, dos bens alimentares, mas também do galopante aumento dos preços do arrendamento e dos empréstimos bancários.
Este é um tema sobre o qual o nosso Gabinete de Ação Social recebe muitos contactos que são prontamente encaminhados para a Empresa Municipal Matosinhos Habit que gere a habitação social do Concelho.

J.A.- Os preços dos bens alimentares, cada vez estão mais caros. Acha que as medidastomadas pelo Governo são suficientes?
PUF.-O custo de vida aumentou abruptamente e com ele os pedidos de ajuda, para apoio alimentar. Ao momento, as medidas do governo não tiveram, no bolso dos cidadãos, o impacto esperado e necessário até.
Através do nosso Gabinete de Ação Social, tentamos, no limite das nossas possibilidades, dar resposta aos pedidos de ajuda alimentar que nos chegam por parte da população que se encontra em situação de carência económica. Esta área, a par com os pedidos de habitação é uma área onde temos recebido muitas solicitações.

J.A.- Que medidas pensa tomar durante o seu mandato?
PUF.-Este mandato, será um mandato de continuidade e consolidação das políticas sociais, ambientais e de proximidade com as pessoas. Trabalharemos, diariamente, para estar mais perto das pessoas e aumentar-lhes a qualidade de vida.
Deste modo, continuaremos a apoiar as pessoas em situações mais frágeis, continuaremos a apoiar as nossas Coletividades e Associações, bem como o comércio local. Continuaremos a trabalhar no sentido de melhorar o lixo provocado pela Feira Semanal da Senhora da Hora, continuaremos a apostar na via digital para conseguir chegar a mais fregueses/as e melhorar a nossa comunicação. De momento, já nos encontramos a fazer obras de melhoramento nos nossos Cemitérios e edifícios.

J.A.- Com a chegadadas temperaturas elevadas, quais as medidas que foram tomadas para precaver o flagelo dos incêndios?
PUF.-Estamos sempre atentos ao portal do SNS24 e Unidade Local de Saúde de Matosinhos, difundido quase diariamente as medidas preventivas para a proteção contra o calor e temperaturas elevadas.
O Flagelo dos incêndios, felizmente é uma problemática que ainda não afetou o nosso território. Todavia, A União das Freguesias, através das suas plataformas e redes sociais existentes, tenta sensibilizar os Mamedenses e Senhorenses para a limpeza dos seus terrenos, e o cumprimento das datas e regras para a realização das queimadas, ajudando a população a submeter as devidas autorizações no portal do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais. Enquanto autarquia, tentamos providenciar para que os terrenos públicos se mantenham também eles asseados, prevenindo assim, possíveis incêndios.

J.A.-Que problemas mais prementes necessitam de intervenção rápida nessa autarquia?
PUF.-Um dos maiores problemas da nossa União, são o ambiente, habitação, a limpeza da via pública, pavimentação de passeios e estradas. Infelizmente, estes problemas não dependem da União para a sua resolução pois não são da nossa Delegação de Competências. São competência da Câmara Municipal. Sempre que sinalizamos um problema destas áreas de intervenção pugnamos junto desta Entidade para que atue da forma mais célere quanto possível.

J.A.-Como está a situação financeira da autarquia neste mandato?
PUF.-A situação financeira da nossa União das Freguesias é uma situação financeira equilibrada. A gestão séria dos dinheiros públicos é um dos nossos lemas e uma das nossas bandeiras políticas. Todo o investimento que temos vindo a fazer, durante o nosso mandato, foi devidamente pensado e estudado ao cêntimo.

J.A.-Qual o apoio que presta às juntas de freguesia?
PUF.-Como já referi anteriormente, trabalho em estreita colaboração com a Sra. Presidente da Câmara e todo o seu executivo. Reunimos, quase semanalmente, e debatemos várias questões e tenho tido a sorte de ter sempre a Câmara ao lado da minha União.

J.A.-Que mensagem quer transmitir à população da sua autarquia
PUF.-A mensagem que quero transmitir é uma mensagem de tranquilidade e de confiança. Continuaremos trabalhar para que todos/as as pessoas tenham qualidade de vida e se sintam bem felizes a vive na União. É por esse fim, que trabalhamos diariamente.

J.A.- O Jornal das Autarquias existe desde 2007! Quer deixar-nos a sua opinião sobre o trabalho do mesmo?
PUF.-Consideramos o trabalho do Jornal das Autarquias muito importante e determinante para comunidade autárquica se sinta valorizada, apoiada e ouvida. Julgo estarmos na presença de uma importante fonte de informação, quer para troca de Informações entre instituições, quer para divulgação e promoção de iniciativas juntos dos respetivos Munícipes. Gostaria de vos desejar as maiores felicidades a todos/as vós bem como aos/às vossos/as leitores/as

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