Entrevista ao Presidente da Junta de Freguesia de Sebolido

António Lopes

J.A.- O turismo e o sector primário são valorizados nessa autarquia?
P.J.-Sebolido, para quem desconhece, localiza-se sobre o nosso magnífico Rio Douro e Serra da Boneca, no concelho de Penafiel, distrito do Porto. Por si só, tendo em conta a sua localização geográfica, posso afirmar com toda a certeza que Sebolido é uma freguesia com enorme visibilidade para a atividade turística.
Realço não só o alojamento rural disponível ao longo de toda a freguesia, bem como a natureza, a história, o património, a gastronomia e a cultura que é possível observar ao longo de Sebolido.
É claro que não podia deixar de mencionar o Miradouro e Baloiço da Boneca que, nestes últimos tempos, têm trazido a esta freguesia um “mar de gente” que certamente não ficaram arrependidos das paisagens que observaram.
Em contrapartida, é necessário manter as tradições do setor primário, um setor igualmente importante e característico da nossa autarquia, o qual este executivo procura estar atento para corresponder a todas as necessidades.

J.A-As medidas já tomadas pelo Governo contra a violência doméstica, serão suficientes para atenuar esse flagelo
P.J.-Sinceramente, eu acho que nunca serão suficientes. Enquanto continuarmos a receber relatos de episódios de violência doméstica, seja ela qual for, é um sinal de que estas medidas não são eficientes.
O trabalho que tem sido feito não é o suficiente, existem várias áreas que ainda precisam de atenção e de ser trabalhadas.

J.A.-Como encara a violência nas escolas?
P.J.-Como pai é um problema que me causa muita preocupação. Devido à falta de tempo, ao tempo despendido no trabalho, muitas vezes não estamos tão envolvidos na vida dos nossos filhos como gostaríamos e essas situações acabam por nos escapar.
Na minha perspetiva, considero a violência nas escolas é muitas vezes reflexão dos problemas de casa, uma vez que as crianças expressam nas escolas, com os colegas e com os professores, as emoções e os problemas que vivem em casa e que não conseguem exprimir

J.A.- Existem cada vez mais maus tratos, tanto em adultos como em crianças, incluindo violações. Quer falar sobre o assunto?
P.J.-Violência gera violência e cada vez mais vivemos numa sociedade que não tem as ferramentas para controlar e gerir as emoções, e muitas vezes os problemas não sendo tratados da forma correta as pessoas acham que a melhor forma de libertar as frustrações, os problemas e as emoções é através de maltratar o outro.

J.A.- Que recursos financeiros necessitam as populações mais enfraquecidas (a vários níveis) nessa autarquia?
P.J.-Maior apoio financeiro para a área social, como no caso das associações que prestam apoio a idosos, a crianças e às pessoas desamparadas.

J.A.- Como reagiu essa autarquia com a chegada de imigrantes, quais as medidas que foram tomadas. Temos verificado, cada vez mais, o aumento da imigração! Como reage às más condições, de trabalho e sustentação, que os mesmos estão a ser tratados?
P.J.-Na freguesia de Sebolido, as pessoas serão sempre bem recebidas, olhando ao baixo nível de população que temos nos últimos anos, ficamos sempre na disposição de ajudar as pessoas quando elas chegam à nossa terra.
Relativamente às condições de trabalho é notório que as entidades patronais muitas vezes se aproveitam das pessoas desesperadas, que chegam ao nosso país sem nada e à procura de uma vida melhor. Este aproveitamento da mão deveria ser corrigido de uma forma totalmente diferente, de uma forma muito mais severa, mas é um assunto complicado e que demorará muito tempo até ser melhorado.

J.A.- O que pensa sobre as medidas que o Governo quer implementar sobre o parque da habitação?
P.J.-Do meu ponto de vista e como cidadão, acho que o governo dá uma no cravo e uma na ferradura.
Os nosso jovens precisam de ter mais apoio, com o aumento das rendas, aumentos fiscais e baixos salários e/ou salários que não acompanham o aumento do estilo de vida e do mercado imobiliário é muito complicado arrendar e ainda mais complicado adquirir um local para morar.
O futuro dos nossos jovens está muito comprometido, se os nossos governos continuarem a pensar desta forma, deveria de haver um gesto de conforto, principalmente na área fiscal, para que os nossos jovens fiquem mais confortados e possam adquirir em vez de continuarem a arrendar.

J.A.- Os preços dos bens alimentares, cada vez estão mais caros. Acha que as medidas tomadas pelo Governo são suficientes?
P.J.-Por mais boa vontade e desejo de ajudar que a nossa parte governativa tenha, nada pode ser feito quando tudo é manuseado por entidades privadas e são situações que estão à vista de todos, basta ir às prateleiras dos supermercados.
Consideremos o exemplo de o Governo anunciar a retirada e/ou diminuição do iva, as entidades privadas aproveitam logo para fazer os seus acertos e aumentar o preço dos produtos.

J.A.- Com a chegada das temperaturas elevadas, quais as medidas que foram tomadas para precaver o flagelo dos incêndios?
P.J.-Reforço na limpeza de terrenos, a freguesia de Sebolido possuí uma área bastante perigosa devido à grande área de vegetação, constituída maioritariamente por eucalipto, por isso é que damos preferência a uma campanha recorrente na limpeza dos terrenos e de cuidados redobrados com o aumento das temperaturas.

J.A.- Que problemas mais prementes necessitam de intervenção rápida nessa autarquia?
P.J.-No caso se Sebolido, faz falta uma área que permita os nossos jovens praticarem desporto. A nível autárquico faz falta uma plataforma que permita dar voz aos jovens e de áreas que permitam os jovens intervirem diretamente, se não existir a capacidade de dar voz e presença ativa às camadas mais jovens, estas acabam por se afastar da autarquia e não existe interesse em envolverem-se a níveis políticos ou sociais.

J.A.-Como está a situação financeira da autarquia neste mandato?
P.J.-A situação financeira encontra-se “saudável” e sempre muito controlada e ponderada, os requisitos cada vez são mais e as verbas são sempre as mesmas

J.A.-Qual o apoio que presta às juntas de freguesia?
P.J.-A autarquia apoia as freguesias dentro dos seus possíveis e olhando sempre às necessidades das freguesias.

J.A.-Que mensagem quer transmitir à população da sua autarquia?
P.J.-O executivo da Junta de Freguesia de Sebolido quer transmitir a todos os Sebolidenses aquele que é o nosso método de trabalho – trabalhar com e pelos Sebolidenses, tendo sempre em mente o melhor da freguesia, para que nos seja possível melhorar sempre.

J.A.- O Jornal das Autarquias existe desde 2007! Quer deixar-nos a sua opinião sobre o trabalho do mesmo?
P.J.-É sempre importante a existência de um órgão responsável pela voz dos autarcas de Freguesia que, no geral, são os que mais dedicam às suas populações, atendendo às suas necessidades e problemas. O Jornal das Autarquias tem vindo a efetuar este belo trabalho. Como tal, em meu nome e, certamente, em nome da Freguesia de Sebolido, um bem-haja a todos pelo vosso trabalho. Obrigado.

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