Maria Joselina Escórcio de Brito de Melim
J.A. – O turismo e o setor primário são valorizados nessa autarquia?
P.J.- Qualquer setor de atividade numa economia é importante. Em Porto Santo, o sector primário está mais direcionado para a autossubsistência. Já o turismo, atualmente, é de extrema importância, sendo o principal motor económico da ilha.
J. A. – As medidas já tomadas pelo governo contra a violência doméstica, serão suficientes para atenuar esse flagelo?
P.J.- Não. As medidas atuais são manifestamente insuficientes. Devemos combater as causas da violência doméstica, que apesar de muito subjetivas, devem começar pela educação/instrução. Espero que cada vez menos as pessoas tolerem este tipo de situações, inclusive quem presencie tais atos.
J. A. – Que recursos financeiros necessitam as populações mais enfraquecidas (a vários níveis) nessa autarquia?
P.J.- A Junta de Freguesia, enquanto entidade pública mais próxima da população, atenta às suas necessidades, recebe várias situações dos mais diversos espectros e tenta encontrar soluções também em colaboração com diversas instituições locais. Obviamente que o desemprego é um flagelo especialmente na época baixa em Porto Santo, sendo uma das principais causas da pobreza. São necessários recursos financeiros para apostar numa maior formação e instrução na ilha, e programas de inclusão e preparação para uma vida ativa.
J. A. – O que pensa sobre as medidas tomadas pelo governo sobre a COVID 19 e a sua vacinação
P.J.- O governo, sensatamente, reagiu da forma espectável e prudente de acordo com que eram as informações dos especialistas, tomando também decisões baseado naquilo que era internacionalmente feito. O programa de vacinação correu bem e a implementação das medidas também, dado que nenhum País estava realmente preparado para a Pandemia.
J. A. – Que medidas quer tomar neste novo mandato?
P.J.- Pretendo retomar todos os eventos da Freguesia que não foram possíveis durante a Pandemia, como o “Encontro de Folclore”, o “Festival da Vozes” e o “Concurso de Vinhos”. Apostar em formações direcionadas ao combate da infoexclusão, à aprendizagem da gestão do orçamento familiar, à aprendizagem de Línguas estrangeiras e cursos básicos de costura (algo fundamental que se perdeu ao longo dos anos).
J. A. – Quais os problemas mais prementes que necessitam da intervenção da autarquia/freguesia?
P.J.- Uma das questões mais prementes será a questão dos transportes aéreos e marítimos (preços, flexibilização de horários, número, condições), apesar desta não depender exclusivamente da autarquia, há um papel reivindicativo importante, tão importante, que aqui devo referir.
Há que haver da nossa parte política para a fixação da população jovem e um continuo combate à sazonalidade do destino, nem que seja encurtando o tempo considerado “época baixa”. Outro contratempo muito reportado pelos fregueses, posso destacar a questão da Saúde (e o seu acesso), que se prende com o encaminhamento dos doentes e os seus direitos nas deslocações para a Ilha da Madeira, uma situação que continua pendente. Ainda, uma preocupação com o futuro, referir a falta de acomodamento para os idosos no Lar, dado que a infraestrutura existente não dispões das camas necessárias e o número de pedidos é crescente (problema que tende a crescer com o envelhecimento populacional).
J.A.- Como está a situação financeira da Freguesia neste mandato?
P.J.- Apesar de dependermos do apoio de outras entidades para a realização de vários eventos, tudo se faz de forma colaborativa e a pensar no Porto Santo. As verbas são, de facto, muito baixas, por isso estamos cada vez mais atentos a possíveis financiamentos externos (programas da UE, etc), por forma a colmatar esta grande dificuldade e ajudar da melhor maneira possível os porto-santenses.
J.A.- A Câmara presta apoio à Junta de Freguesia?
P.J.- Sim, muito. Para além de um contrato Interadministrativo anual (que ocorreu ao longo dos últimos anos), colabora logisticamente na generalidade dos nossos pedidos e naquilo que está ao seu alcance (transportes, eventos, etc), sendo um dos nossos maiores parceiros nas atividades da freguesia.
J. A. – Que mensagem quer transmitir à população da freguesia.
P.J.- Falar de Porto Santo não é só falar da praia. Costumo transmitir a resiliência dos nossos antepassados, a nossa cultura e tradições, as nossas paisagens e clima, a segurança do nosso destino. Dizer que o Porto Santo ainda está pouco explorado e que por isso continuará a crescer: Aproveitaremos a hospitalidade dos porto-santenses, o nosso clima ameno, o ambiente saudável, a segurança, a gastronomia, o bom acesso aos meios de comunicação; a boa procura turística… tudo boas razões para nos orgulharmos e continuarmos a trabalhar.