Ricardo António Nascimento
J.A.- O turismo e o sector primário são valorizados nessa autarquia?
P.C.- São valorizados e são setores importantíssimos no concelho da Ribeira Brava. Um valoriza muito o outro porque sendo nós um concelho com uma grande percentagem de área rural, a manutenção dos terrenos faz com que tenhamos uma imagem de um concelho mais aprazível para quem nos visita.
Além disso, essa valorização é feita ao nível da manutenção dos nossos espaços. Somos uma terra do mar à montanha, com vales, picos e miradouros que são uma mais-valia turística.
Em simultâneo, a abertura do Balcão do Agricultor na vila da Ribeira Brava, numa parceria com a Secretaria Regional da Agricultura é uma aposta no setor primário, assim como as candidaturas que temos feito para melhorar as acessibilidades agrícolas.
J.A-As medidas já tomadas pelo Governo contra a violência doméstica, serão suficientes para atenuar esse flagelo?
P.C.- Tem havido medidas colocadas no terreno para mitigar este flagelo, mas esta questão tem muito a ver com a responsabilidade de cada um. Por mais medidas que se tome, a violência doméstica tem muito a ver com a educação das pessoas, com o saber estar e saber conviver num seio familiar. É uma realidade que infelizmente vai existir sempre, independentemente das medidas que possamos tomar. A principal medida é a consciência e a forma de estar das pessoas.
J.A.- Que recursos financeiros necessitam as populações mais enfraquecidas (a vários níveis) nessa autarquia?
P.C.- Temos apoiado a população mais enfraquecida em algumas áreas. Apoiamos os nossos idosos através do pagamento de despesas com medicamentos, faldas e exames complementares, temos apoiado os mais frágeis na reabilitação das suas habitações. Além disso, apoiamos pessoas desempregadas que não recebem qualquer subsídio graças ao nosso programa de incentivo ao emprego. Temos noção de que há muito trabalho a fazer, mas damos o que podemos, dentro das nossas possibilidades.
J.A.- O que pensa sobre as medidas tomadas pelo governo sobre o Covid 19 e sua vacinação?
P.C.- Acho que as medidas foram eficazes e necessárias. É de salutar a forma como a Covid-19 foi tratada e trabalhada na Madeira. O governo teve uma postura educável sobre as medidas tomadas e surgiram o efeito desejado. Exemplo disso foi o facto de em 2021 a Madeira não ter fechado portas e ter tido um ano com alguns condicionamentos, mas a caminhar para uma vida dita normal.
Em termos de vacinação, algumas pessoas não querem ser vacinadas, mas as que quiseram a vacina tiveram essa possibilidade. A vacinação começou, e bem, pelos mais frágeis (idosos), onde a possibilidade de haver letalidade era maior. As medidas covid foram bem estruturadas e o governo Regional está de parabéns.
J.A.- Que medidas pensa tomar durante este novo mandato?
P.C.- Neste mandato vamos continuar a apoiar as pessoas, a investir no social, na educação, na modernização, nas acessibilidades e na reabilitação urbana, num trabalho de continuidade que tem sido feito nos últimos 8 anos.
Temos obras importantes para o concelho, temos obras físicas em termos de investimento, mas também temos obras sociais no terreno que daremos continuidade.
J.A.- que problemas mais prementes necessitam de intervenção rápida nessa autarquia?
P.C.- Temos a questão da habitação. Em termos sociais, estamos preocupados com as famílias que vivem em habitações pouco condignas no dia-a-dia. Por isso, aprovamos a nossa estratégica local para a habitação de forma a poder melhorar as condições em que vivem. Além do nosso programa de apoio, esta estratégia permite que possamos proporcionar uma habitação em casos de emergência social.
J.A.-Como está a situação financeira da autarquia neste novo mandato?
P.C.- Neste momento a autarquia tem uma situação financeira estável. Terminou o ano de 2021 com uma dívida de quase 3 milhões de euros. Temos uma excelente capacidade para assumirmos estes compromissos financeiros, para ajudarmos as pessoas e para fazer investimentos no concelho.
Para chegarmos a estes números satisfatórios houve um grande trabalho de rigor financeiro. Os primeiros anos não foram fáceis. Em 2013 a dívida ascendia a 15 milhões de euros e desde então temos vindo a reduzi-la, passado para uma dívida de apenas 3 Milhões de euros.
Esta redução permitiu-nos investir na área social, na área educacional e na área de reabilitação e melhoria de acessibilidades. Quando temos as contas em dia, temos mais capacidade para ajudar e apoiar os munícipes.
Embora não sejamos uma autarquia rica, com muita receita própria, as verbas que recebemos do Fundo de Equilíbrio Financeiro e as nossas receitas próprias, permite-nos gerir e fazer investimento.
J.A.-A câmara presta apoio às juntas de freguesia?
P.C.- Desde 2015 que atribuímos um apoio financeiro às Juntas de Freguesia. Este ano, duplicamos a verba atribuída em 2021 e continuaremos com essa duplicação até ao final do mandato. Achámos que as Juntas de Freguesia têm um trabalho importante de proximidade à população.
Também vemos que as verbas que recebem do Fundo de Equilíbrio Financeiro são insuficientes para assegurarem as competências que lhe são atribuídas. Razão pela qual apoiamos com as nossas verbas para que possam cumprir, na medida do possível, com as suas competências e compromissos.
J.A.-Que mensagem quer transmitir à população da sua autarquia
P.C.- A população da Ribeira Brava já me conhece há vários anos, pelo que a primeira mensagem é que podem continuar a contar comigo para trabalhar todos os dias em prol da melhoria da nossa terra. Vivemos, nestes últimos dois anos e meio, momentos diferentes, atravessamos uma pandemia, agora estamos com uma guerra na Europa que está a ter influência no aumento do custo de vida das pessoas. É preciso não baixar os braços, é preciso trabalhar para ultrapassar estes obstáculos. Da nossa parte, vamos continuar a apoiar na medida do possível, vamos continuar a criar investimento de maneira a que quem vive na Ribeira Brava e quem nos visita se sinta bem no concelho mais novo da Madeira.
J.A.- O Jornal das Autarquias existe desde 2007! Quer deixar-nos a sua opinião sobre o trabalho do mesmo?
P.C.- Sabemos que a comunicação é cada vez mais importante no dia-a-dia das pessoas. Este jornal digital é uma mais-valia para divulgar o trabalho das mais de 300 autarquias espalhadas pelo país.