Quinta das LágrimasX

Santa Clara - Coimbra

A tradição e a literatura associam fortemente a estória de Pedro e Inês à Quinta das Lágrimas. Conta-se que a quinta foi cenário dos amores proibidos do príncipe D. Pedro (futuro Pedro I de Portugal) e Inês de Castro, uma fidalga galega que servia de dama de companhia a sua mulher D. Constança. D. Inês terminou assassinada por fidalgos a quem o rei Afonso IV ordenara a sua morte. As lágrimas então derramadas por Inês e pelo povo em sua memória inspiraram Luís de Camões a criar o nome de Fonte das Lágrimas e muitos outros escritores a consagrar o amor eterno de Pedro e Inês.

Espaço romântico, onde a história e a lenda se misturam, que está ligado à mais conhecida das histórias de amor portuguesas: D. Pedro e D. Inês de Castro. A maior parte dos jardins da Quinta das Lágrimas foram idealizados por Miguel Osório Cabral de Castro em meados do século XIX. Os jardins seguiam uma tendência da época, a da constituição de uma espécie de Museu Vegetal, onde estariam representadas espécies de todo o mundo. Nos jardins foram plantadas espécies raras e valiosas, algumas das quais são mesmo espécimes únicos no país. O então proprietário beneficiou da sua amizade com o director do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, com quem trocava exemplares. A flora da Quinta das Lágrimas forma um conjunto de tal maneira rico e diversificado que se equipara em raridade e exotismo aos mais completos jardins botânicos

A vegetação da Quinta é constituída por um arboretum que se pode dividir em duas partes distintas: a mata da encosta e a zona ajardinada junto ao palácio. A primeira destas zonas é formada por uma mata densa, sendo a segunda caracterizada por uma vegetação mais espaçada no terreno e onde predominam as espécies exóticas de grande porte e raridade.

Saindo do lado da capela entramos no chamado jardim histórico. À esquerda, debruçando os seus ramos sobre o Palácio, encontra-se talvez a mais rara árvore da Quinta, um majestoso podocarpo (Afrocarpus falcata), originário do Sul do continente africano, do qual existe apenas mais um exemplar em Portugal, no Jardim Botânico de Coimbra, no terraço da entrada dos Arcos do Jardim. Junto a esta espécie encontram-se um abeto (Abies alba) e um incenso ou pitósporo (Pittosporum undulatum). Um pouco mais adiante está plantado um lódão-bastardo (Celtis australis) e logo a seguir nasce um pequeno bosque de bambus chineses (Phyllostachys bambusoides) que cercam uma palmeira-das-canárias (Phoenix canariensis), uma das cinco espécies de palmeiras existentes na Quinta.