Entrevista do Presidente da Junta de Freguesia de Ribeirão

Leonel Agostinho Azevedo Rocha

J.A.- O turismo e o sector primário são valorizados nessa autarquia?
P.J.- A Vila de Ribeirão não é um ponto turístico que goze de uma fama capaz de atrair muitos turistas. Porém tem dois pontos com muito potencial turístico e que, dentro de algum tempo ficarão com melhores condições para poder alavancar o interesse turístico e a respetiva procura por parte de turistas. Falo dos Museus do Automóvel e Museu da Guerra Colonial, situados um em frente ao outro, na Zona Comercial do Lago Discount e do Senhor dos Perdões, um espaço religioso próximo dos Museus, que terá investimentos que irão dotar aquele espaço de boas condições para promover visitas e convívios.
Ao nível do Setor Primário, Ribeirão continua a ter uma ligação forte ao sector agropecuário, com uma agricultura muito orientada para a alimentação de gado bovino leiteiro. Salientamos o fabrico do Queijo Senras, um produto de excelente qualidade e bem conhecido e referenciado no mercado.
A Junta de Freguesia está muito empenhada valorizar e potenciar ainda mais estas duas áreas, para além do setor industrial, que é muito forte, em Ribeirão.

J.A-As medidas já tomadas pelo Governo contra a violência doméstica, serão suficientes para atenuar esse flagelo?
P.J.- Não é suficientemente eficaz sem uma mudança de mentalidade ou cultura que leve toda a sociedade a perceber a igualdade de direitos entre homem e mulher, condenando toda a espécie de violência sobre quem quer que seja. Isso faz-se com educação e cultura.
O facto de a violência doméstica ser crime público foi um grande passo, para que todos sintamos que somos corresponsáveis em terminar com esta praga social. Mas além de denunciar tais atos, temos que contribuir para erradicar este tipo de comportamentos e tal só se faz através da educação e da pedagogia do exemplo.

J.A.- Que recursos financeiros necessitam as populações mais enfraquecidas (a vários níveis) nessa autarquia?
P.J.- As situações mais vulneráveis, em Ribeirão, resultam, essencialmente de problemas de saúde física ou mental, o que torna mais difícil a resolução do problema. A Rede Social da freguesia, com a Junta de Freguesia, o Núcleo da Cruz Vermelha de Ribeirão, o Centro Social e Paroquial e a Conferência Vicentina procuram dar a melhor assistência possível para resolver tais problemas ou pelo menos para os minorar.

J.A.- O que pensa sobre as medidas tomadas pelo governo sobre o Covid 19 e sua vacinação?
P.J.- A atuação do Governo em relação ao Covid 19 e a campanha de vacinação, nossa opinião esteve à altura da situação difícil e inesperada que todos enfrentamos. Mas devo salientar também a atuação do Município de Vila Nova de Famalicão que, no nosso território foi determinante para atenuar os problemas que tivemos que enfrentar na Pandemia, desde da educação à ação social e até ao plano de vacinação. Se assim não fosse, a ação do governo sairia muito prejudicada e não teria os resultados que, apesar de tudo, se alcançou.

J.A.- Que medidas pensa tomar durante este novo mandato?
P.J.- A Junta de Freguesia, em relação à Covid 19, pensa continuar com medidas de autoproteção e seguirá as orientações da DGS. Caso se agrave a situação pandémica, estaremos atentos para ajudar nas mais diversas áreas, desde a educação, até às dificuldades sociais que resultem da situação pandémica.

J.A.- Que problemas mais prementes necessitam de intervenção rápida nessa autarquia?
P.J.- Os problemas mais urgentes prendem-se com as acessibilidades. Precisamos de requalificar, urgentemente, algumas artérias de Ribeirão. Precisamos de melhorar as acessibilidades às zonas industriais, quer estão a ficar completamente atrofiadas. Precisamos de dotar as nossas ruas com passeios para protegerem a mobilidades dos peões. Precisamos construir trilhos seguros, junto aos cursos de água, para proporcionar mobilidade suave, exercício físico e bem estar aos ribeirenses; precisamos requalificar a sede da Junta de Freguesia, para dar melhores condições de atendimento aos ribeirenses, precisamos de espaços de lazer, precisamos de espaços culturais, que permitam uma programação cultural regular, tão estratégica para ajudar no desenvolvimento de qualquer território…

J.A.-Como está a situação financeira da autarquia neste novo mandato?
P.J.- A situação financeira está estável, mas as receitas que a Junta de Freguesia recebe são muito baixas face às competências que estas edilidades têm e insuficientes face às necessidades da Freguesia e mais ainda face às expectativas da população. Já que são os municípios e as juntas de freguesia os grandes motores do desenvolvimento do país, pois são quem ajudam as dinâmicas locais de desenvolvimento seria justo e estratégico que recebessem mais verbas para poderem investir em prol de melhores condições capazes de corresponder às necessidades das pessoas e proporcionar-lhes melhor qualidade de vida.

J.A.-A câmara presta apoio às juntas de freguesia?
P.J.- O Município de Vila Nova de Famalicão é muito próximo das Juntas de Freguesia, prestando apoios financeiros, fruto da descentralização de competências e de protocolos com as respetivas freguesias para a execução de obras, mas também presta um apoio de proximidade no setor social, desportivo, cultural e ainda na educação.

J.A.-Que mensagem quer transmitir à população da sua autarquia
P.J.- A Vila de Ribeirão oferece já um conjunto de recursos que conferem uma boa qualidade de vida à população ribeirense. Porém, tal como acontece com as nossas gentes, também a Junta tem uma grande ambição de tornar Ribeirão numa terra ainda mais acolhedora e capaz de proporcionar ainda melhores condições de bem-estar. Além do melhoramento das acessibilidades, tendo como principal prioridade a construção de acessibilidades de peões e pessoas com dificuldade de mobilidade, queremos dotar a Vila com espaços culturais que nos ajudem a crescer enquanto comunidade e com consciência crítica capaz de nos motivar a todos para o trabalho em prol da res publica.

J.A.- O Jornal das Autarquias existe desde 2007! Quer deixar-nos a sua opinião sobre o trabalho do mesmo?
P.J.- Como não era leitor do Jornal das Autarquias, não tenho uma opinião formada. Como Presidente de Junta irei estar mais atento a esta Jornal.

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