José Monteiro da Silva
J.A.- O turismo e o sector primário são valorizados nessa autarquia?
P.J.- Em termos de turismo propriamente dito, a freguesia da Arcozelo não tem pontos históricos ou outros suficientes que convidem a que sejamos visitados pelo turista que se desloca aos pontos de interesse nacionais. No entanto, não deixamos de ser visitados pelos nossos emigrantes na altura das férias anuais, em Agosto, e que aproveitam para visitarem a nossa fonte natural com mais de duas centenas de anos (Fonte do Grilo) jorrando ininterruptamente a água que serve centenas de Arcozelenses.
Se em tempos o sector primário fazia parte do A.D.N da nossa freguesia através das inúmeras quintas que aqui existiam, nos dias de hoje, esse número passou a não ter o significado que tinha, devido à construção desenfreada do setor da construção civil, ocupando dessa forma os terrenos que antes eram as tais quintas de cultivo, dos produtos que se vendiam no mercado municipal, e no caso do vinho, negociado nas tabernas e restaurantes. Embora ainda exista o sector primário na nossa freguesia, algumas quintas, poucas, claro, já de algum tempo a esta parte, passou a não ser relevante em termos comerciais para os habitantes da nossa freguesia. Arcozelo é, nos dias de hoje, uma freguesia que se enquadra nos setores secundário e terciário.
J.A-As medidas já tomadas pelo Governo contra a violência doméstica, serão suficientes para atenuar esse flagelo?
P.J.- Sem dúvidas que se tem trabalhado tanto a nivel governamental como local no combate à violência doméstica, o certo porém é que se nota que por muito que se possa fazer, o resultado nunca será o suficiente para que esse flegelo seja erradicado seja ele de que localidade for. Não podemos garantir que na nossa freguesia não existe esse problema, o certo é que aquilo que chega até nós praticamente todos os dias através dos orgãos de comunicação social, julgamos que na freguesia de Arcozelo, embora não estejamos imunes a esse problema, que tenhamos conhecimento, as coisas por cá estão longe do dramatismo nacional. Ainda assim, sempre que tenhamos conhecimento de uma situação nesse âmbito, imediatamente encaminhamos para em entidades competentes. O grande problema neste âmbito é que, por norma, quando são conhecidas as situações, já é tarde demais. Daí a importancia de sermos uma sociedade atenta e ativa.
J.A.- Que recursos financeiros necessitam as populações mais enfraquecidas (a vários níveis) nessa autarquia?
P.J.- Sendo Arcozelo uma freguesia que acolhe constantemente pessoas de vários países e continentes, ou em trânsito para outros locais do nosso país, a sua maioria acaba por se fixar cá em Arcozelo. São pessoas que procuram melhorar as suas vidas no nosso País e chegam por vezes cá à Junta de Freguesia não só para se documentarem através dos nossoa serviços, mas não tão raramente como isso, recorrem às mais diversas ajudas dos nossos Serviços Sociais através da oferta de alguns bens alimentares ou outros, que já há bastante tempo temos ao serviço daqueles que temporariamente precisam de uma ajuda inicial que os possa projetar na vida.
São das mais diversas as necessidades daqueles que a nós acorre, informação, alimentação, trabalho etc. e dentro das nossas possibilidades, ou ajudamos naquilo que está dentro dos nossos serviços, ou então encaminhámo-los para os mais diversos serviços que os ajuda conforme as suas maiores necessidades.
Há um lema cá na Freguesia de Arcozelo que é o seguinte: Ninguém que tenha necessidades alimentares e que nos peça ajuda sairá de cá com as mãos a abanar. Não sendo nós Junta de Freguesia uma instituição vocacionada para a parte social, para as primeiras necessidades alimentares temos sempre para entrega alguns alimentos que possam pelo menos remediar a situação. Paralelamente, as pessoas são encaminhadas para os serviços competentes a fim de receberem ajudas com carater regular.
J.A.- O que pensa sobre as medidas tomadas pelo governo sobre o Covid 19 e sua vacinação?
P.J.- Já nos chegou ao conhecimento como a todas as pessoas do nosso país, que irá ser administrada a 4ª dose da vacina Covid-19, começando pelas pessoas que tenham mais do que 60 anos, e, em abono da verdade, pensamos que se assim for, continuamos no caminho certo no que concerne ao combate desta infeção.
Que venha a obrigatoriedade da 4ª dose da vacina e certamente lá estarei na fila da frente para que possamos passar mais um Inverno um pouco mais sossegados.
De salientar a forma como o mundo se uniu na resolução desse problema, os cientistas lançaram mãos à obra, levaram as coisas muito a sério, obtendo resultados positivos quase em simultâneo, em todas as partes do mundo.
Em termos autárquicos, resta-me acrescentar que tudo fizemos tanto na resolução de certos problemas sociais, apoio a quem dos nossos serviços precisavam das mais variadas formas e em conjunto com a parte social da Junta de Freguesia conseguimos chegar a todos aqueles que a nós acorreram, alguns deles até bastantes caricatos, como alimentar animais domésticos cujos donos estavam hospitalizados.
J.A.- Que medidas pensa tomar durante este novo mandato?
P.J.- Claro que quem sonha como nós fazer obra para a deixar para o futuro, tem sempre em mente as coisas mais megalómanas como por exemplo, uma piscina, um campo de futebol, um pavilhão gino desportivo, um lar de terceira idade, fazer crescer o nosso cemitério, termos empregados na Junta de freguesia que fizessem os mais diversos trabalhos, entre eles a limpeza dos arruamentos da nossa Freguesia, termos resolvido a travessia da passagem de nivel da estrada 306 Barcelos - S. Juliáo de Freixo etc. coisas que sabemos de antemão que são de muito dificil resolução ou mesmo impossiveis. Sendo Arcozelo uma Freguesia para onde a cidade de Barcelos cresceu, freguesia onde uma fatia enorme da população é jovem e dizermos que não temos cá nenhuma dessas infraestruturas tanto para os jovens como para os mais velhos, deixa-nos praticamente de mãos atadas no que concerne a obras de relevo e que bem precisamos.
Mas, descendo à terra, o que pretendemos deixar feito para quem nos preceder será a nova ponte que liga a Freguesia de Arcozelo à Freguesia de S. Veríssimo, onde já temos as infraestruturas de acesso da parte da nossa freguesia e esperamos agora que haja um pouco de boa vontade por parte da Câmara Municupal de Barcelos no sentido de resolver um problema que está para ser resolvido há já algumas dezenas de anos. Fazer chegar os transportes públicos à zona mais antiga da nossa freguesia, fazermos um passeio pedonal da Rua do Ribeiro até à Igreja de S. José, continuarmos com o arranjo de passeios e arruamentos que se encontram em mau estado de conservação, continuarmos com os habituais convívios com os idosos como sendo o passeio anual, jantar de Natal, atividades no ginásio, atividades na piscina municipal, oficina da memória, yoga, música, atividades como magusto, Dia dos Avós, entre outras que não queremos deixar de fazer, assim tenhamos possibilidades para que continuem.
J.A.- Devido à seca extrema e à vaga de calor existente no País que estamos a atravessar, indique-nos como está essa região a reagir a este flagelo?
P.J.- Não sendo a Freguesia de Arcozelo uma zona onde se faz notar a seca severa que assola todo o país, temos consciência que noutras partes do país as coisas sejam muitísimo mais graves do que aquilo que por cá se nota. De qualquer forma, e tendo ao nosso lado o Rio Cávado com o leito quase a descoberto temos bem consciência da gravidade que assola o nosso país e os restantes países da Europa. Nota-se nas conversas de café as preocupações associadas à falta de àgua. Sempre que esse problema vem à baila não deixamos de aproveitar de chamar à atenção dos mais incautos, as necessidades que temos em poupar a àgua que temos à nossa disposição, e que por vezes nem nos passa pela cabeça o quão grave seria para todos, o facto de as nossas torneiras deixarem de nos trazer a habitual àgua para as nossas necessidades.
J.A.- que problemas mais prementes necessitam de intervenção rápida nessa autarquia?
P.J.- Arcozelo, sendo uma freguesia ‘urbana’ lida diariamente com alguns problemas típicos das cidades como por exeplo algum vandalismo, abandono de carros na via pública que se estende por vários meses ou anos, deposição de monstros domésticos na via pública ou até mesmo a falta de recolha dos dejetos de animais domésticos na via pública. É certo que temos tomado cada vez mais medidas no sentido de resolvermos estes problemas mas também sabemos que há soluções que não dependem de nós e outras que, mesmo com as nossas medidas, poderão levar anos a dar frutos.
Outro problema a que temos assistido é à falta de opções em termos de arrendamento de imóveis fruto da chegada massiva de estrangeiros à nossa freguesia.
J.A.-Como está a situação financeira da autarquia neste novo mandato?
P.J.- A nossa freguesia tem sido governada conforme temos planeado no início de cada ano, respeitando um orçamento que sendo estudado minuciosamente, procuramos fazer com que as contas se mantenham certas dentro desse ano civil, entre balizas, não deixando que o orçamento resvale para fora das fronteiras estabelecidas previamente. É claro que as nossas ambições seriam outras, bastava para isso que tivessemos um orçamento onde nos permitisse construir a tal piscina pública para todas as idades, o tal campo de futebol que não temos numa freguesia com o nosso potencial, o tal lar de idosos que também não temos, etc etc, mas uma vez que o orçamento não o permite, não pretendemos ficar a dever seja o que for e a quem quer que seja.
J.A.-A câmara presta apoio às juntas de freguesia?
P.J.- A Câmara Municipal de Barcelos cumpre connosco aquilo que está previamente contratualizado e depois, sempre ou quase sempre que necessário, ajuda-nos em situações pontuais.
J.A.-Que mensagem quer transmitir à população da sua autarquia
P.J.- Gostariamos de deixar uma mensagem a todas e todos os habitantes da Freguesia de Arcozelo, dizendo-lhes que podem contar como sempre tem acontecido, com o apoio da Freguesia de Arcozelo para tudo o que estiver ao nosso alcanse, e que esteja dentro dos parametros delineados pela lei das Autarquias. A nossa vontade é fazermos da Freguesia de Arcozelo o melhor sítio onde se possa viver. Com condições condignas, onde os nossos jovens possam praticar as mais variadas modalidades desportivas, sem terem que sair da nossa freguesia. Onde os mais velhos possam ter um ponto de encontro, onde possam conviver, e onde ao terminarem o dia, sentissem que vivem num lugar onde as condições de que usufruem são mais do que suficientes para que todos se sentiram felizes.
Sabemos que ainda estamos bastante longe, sabemos que o caminho se apresenta muito dificil, mas todas e todos os Arcozelenses podem ficar com a certeza que este executivo tudo fará para que a Freguesia de Arcozelo seja o melhor local para se viver.
J.A.- O Jornal das Autarquias existe desde 2007! Quer deixar-nos a sua opinião sobre o trabalho do mesmo?
P.J.- O vosso jornal, Jornal das Autarquias, tal como o nome o indica, nasceu para dar voz aos autarcas que com maiores ou menores dificuldades vão dirigindo as suas autarquias, fazendo por vezes esforços que apenas os próprios sabem. Não sendo facil governar e satisfazer ao mesmo tempo tudo e todos, era preciso que houvesse alguém que fosse capaz de compreender melhor do que ninguem os diversos problemas pelo que passam a maioria dos autarcas deste país. E vocês sabem-no melhor do que ninguém.