Arménio Pereira Oliveira
J.A.- O turismo e o sector primário são valorizados nessa autarquia?
P.J.- A nossa freguesia é uma das maiores freguesias do Concelho de Arouca no que diz respeito a área, mas em contrapartida talvez das menores, se atendermos á relação habitante por metro quadrado. Um dos principais fatores a meu ver para estes dados, creio ser o facto de sermos uma freguesia com diversos lugares distantes entre si e que por si mesmos não têm as infraestruturas básicas para que a mesma se possa expandir, motivada pela falta de mais áreas de construção quer para habitação quer para a indústria. Apesar do nosso querer, estou plenamente convencido não ser tarefa fácil para nós invertermos esta situação. Não tenho muitas dúvidas de que a revisão do PDM é por assim dizer uma fantochada, mas quem dera que assim não fosse. Pelo que conheço do assunto a voz dos autarcas de pouco vale, contrariamente ao que muita gente pensa.
Na nossa freguesia contam-se pelos dedos as pessoas que vivem da agricultura. De igual modo se contam as pessoas que vivem da floresta e aqui é relevante o facto de estarmos a falar de uma freguesia rodeada de floresta.
Uma coisa que nos anima a alguns anos a esta parte, é a procura de terrenos para comprar e construir, assim como casas para reconstruir quer para habitação própria quer para turismo rural ou férias.
O ponto de referência na nossa freguesia é o Marco dos quatro Concelhos. È um Marco que se situa onde quatro Concelhos se cruzam. Até á presente data ainda desconheço se haverá idêntica situação ou se será caso único. Temos trabalhado com comparticipação do Município para melhorar os acessos dado que se localiza em plena floresta. Estamos também a colocar mais sinais de informação do mesmo para satisfazer gente que o quer visitar. Referir que as pessoas que o vêm visitar se deslocam de inúmeras maneiras: de carro, a pé, de bicicleta, de moto, etc. Dar nota que este local fica num sítio onde se pode ver no horizonte o Rio Douro, várias Capelas, para além de se poder respirar ar puro.
J.A-As medidas já tomadas pelo Governo contra a violência doméstica, serão suficientes para atenuar esse flagelo?
P.J.- Mesmo desconhecendo as mesmas, arriscaria a dizer que suficientes com certeza não serão, mas é importante também dizer sem receio que cada um de nós também não contribuirá o que lhe compete. Não podemos também esquecer que temos os nossos deveres que muitas das vezes esquecemos. Não basta só culpar, também fica bem reconhecer quando não fazemos o suficiente. Se fosse possível todos nos unirmos e assumirmos a responsabilidade na criação e divulgação de programas de combate não tenho dúvidas que seria um passo gigantesco para atenuar esse flagelo.
J.A.-Como encara a violência nas escolas?
P.J.- Encaro a violência nas escolas com sentido de preocupação. Na minha perspetiva, entendo que cabe a todos nós empenharmo-nos a sério com contributos que cada um possa dar para tentar diminuir este problema sério que é de todos e em primeiro de tudo começarmos por estar atentos com os nossos. Se nos apercebermos de algo por insignificante que pareça de diferente do habitual com os nossos, mesmo que pensemos não ser preocupante devemos redobrar a atenção e vigilância.
J.A.- Existem cada vez mais maus tratos, tanto em adultos como em crianças, incluindo violações. Quer falar sobre o assunto?
P.J.- Os maus tratos quer sejam em crianças como em adultos têm que ser sinalizados e reportados a quem de direito. Cabe a cada um de nós fazer a sua parte. Quantas e quantas vezes cada um de nós até é sabedor de situações dessas e mantem-se no silencio-oculta, por motivos diversos. Isso não deve acontecer. Violações quem as comete tem que forçosamente de ser penalizado.
J.A.-Que recursos financeiros necessitam as populações mais enfraquecidas (a vários níveis) nessa autarquia?
P.J.- Nesta Freguesia graças a Deus temos poucas situações sinalizadas de pessoas que necessitam da intervenção de cariz social, no entanto não deixam de ser preocupantes. Da nossa parte estamos sempre abertos para prestar a ajuda possível. Temos uma ou outra situação de pessoas cujos rendimentos são poucos, a casa onde vivem não tem as condições desejáveis para levarem uma vida melhor, mas a vida não está fácil.
J.A.- Como reagiu essa autarquia com a chegada de imigrantes, quais as medidas que foram tomadas. Temos verificado, cada vez mais, o aumento da imigração! Como reage às más condições, de trabalho e sustentação, que os mesmos estão ser tratados?
P.J.- Neste momento são poucos os imigrantes a residirem nesta Freguesia. Da nossa parte são todos bem vindos e até á presente data não temos motivo de queixa de todos eles, pelo contrário só temos a elogiar comportamento dos mesmos. Dos sinalizados por nós, todos estão a trabalhar e a viver em casas dignas, daí não haver por enquanto motivo de preocupação. Estamos atentos e no nos tem sido solicitado temos dado resposta.
J.A.- O que pensa sobre as medidas que o Governo quer implementar sobre o parque da habitação?
P.J.-Confesso que estou completamente alheio ás medidas que o Governo quer implementar sobre o parque da habitação, motivo pelo qual não me sinto á vontade para me pronunciar.
J.A.- Os preços dos bens alimentares, cada vez estão mais caros. Acha que as medidas tomadas pelo Governo são suficientes?
P.J.- Esta é mais uma das questões que não me sinto á vontade para responder uma vez que
também não estou esclarecido sobre as medidas tomadas pelo Governo para esse fim.
J.A.- Que medidas pensa tomar durante o seu mandato?
P.J.- A nossa prioridade é a ampliação do Cemitério Paroquial. Estamos também a apostar numa das nossas promessas que foi nas limpezas das bermas das vias públicas, pensando no ambiente e tentando fazer desta medida um cartão de visita da freguesia. No seguimento de uma outra promessa nossa é estarmos onde o eleitorado nos espera, é ouvir-mos ao máximo as pessoas e irmos recolhendo da parte da população contributos para satisfazer ao máximo as solicitações do maior numero delas.
J.A.- Com a chegada das temperaturas elevadas, quais as medidas que foram tomadas para precaver o flagelo dos incêndios?
P.J.- Quanto a mim penso que muito pouco foi feito nesta área. A minha opinião é que se fala muito, gasta-se muito, mas os resultados reais e que estão á vista de toda a gente, estão muito longe de serem as medidas adequadas. Divulgou-se informação dos deveres da população no que diz respeito às áreas que devem ser alvo de limpeza e foi feita alguma limpeza assim como derrame de árvores mas no meu entender ficou muita coisa por fazer.
J.A.- Que problemas mais prementes necessitam de intervenção rápida nessa autarquia?
P.J.- Uma das prioridades desta freguesia é o saneamento inexistente em toda a freguesia e uma outra também básica para toda a população é a falta de água pública para parte da freguesia.
J.A.- Como está a situação financeira da autarquia neste mandato?
P.J.- A situação financeira desta autarquia no presente está saudável, não temos dividas temos saldo positivo para obras em curso, e nunca arriscamos fazer obras para além das nossas possibilidades, é esse o nosso lema, o nosso estilo de governação, é a nossa maneira de fazer as coisas que são precisas fazer, nunca ultrapassando o limite das nossas possibilidades.
J.A.- Qual o apoio que “ a Câmara” – penso ser assim - presta às juntas de freguesia?
P.J.- È um apoio que está muito longe do desejável. A Junta de Freguesia que presido e falo por mim, para fazer uma obra de considerável valor, está muito dependente do apoio/comparticipação da Câmara. Não temos meios humanos nem financeiros para fazermos uma obra de considerável relevo. Assim sendo chegamos á conclusão de que não nos interessa pensar em projetos de valores monetários avultados para não corrermos os riscos mais prováveis de não os concretizar.
J.A.- Que mensagem quer transmitir à população da sua autarquia?
P.J.- Nada a acrescentar ao que tenho dito ao longo do caminho que tenho percorrido e que já é longo. Continuar a ser bom ouvinte, registar os pedidos, tentar ao máximo satisfazer as solicitações da população pensando no bem público, concluindo - dar o meu melhor. Lamento não poder satisfazer a vontade de todos. Mais uma vez aproveito a oportunidade de lembrar a população da freguesia, se é que alguém por acaso tiver a oportunidade de ver, que ninguém ficou para traz, ninguém ficou esquecido, se não foi possível ser atendido uma coisa é certa não foi por falta de vontade nossa.
J.A.- O Jornal das Autarquias existe desde 2007! Quer deixar-nos a sua opinião sobre o trabalho do mesmo?
P.J.- Se a memória não me atraiçoa é a segunda vez que colaboro na resposta ao inquérito solicitado pelo Jornal das Autarquias e á semelhança da primeira vez a faze-lo “pela noite dentro”. Ainda não me foi possível consultar este jornal. A ideia que fico do mesmo é que o trabalho desenvolvida na minha opinião será interessante atendendo ás questões colocadas e persistência em receberem as respostas ás mesmas.