Entrevista ao Presidente da Câmara Municipal de Alcoutim

Osvaldo dos Santos Gonçalves

J.A.- O turismo e o sector primário são valorizados nessa autarquia?
P.C.- Claro que sim. Quer um quer outro, representam duas áreas nevrálgicas do tecido económico e social do concelho. Em ambos os casos, o Município, tem levado a cabo um amplo conjunto de ações, articuladas com diversas entidades com responsabilidades nos dois setores, no sentido de potencializar os recursos locais existentes, valorizá-los e impulsionar o seu desenvolvimento. No que refere ao turismo, Alcoutim, é hoje, um concelho associado a um turismo de qualidade e que se distingue, no contexto regional, pelo seu carácter diferenciado. Quanto ao setor primário, pese embora as alterações demográficas sofridas nas ultimas décadas e as consequentes alterações da paisagem que resultam de novas reutilizações dos solos, continuamos de forma empenhada a apostar na valorização de uma e de outra dimensão da paisagem e das diferentes atividades do setor.

J.A-As medidas já tomadas pelo Governo contra a violência doméstica, serão suficientes para atenuar esse flagelo?
P.C.- A violência doméstica, tal como qualquer outro tipo de violência, representa um atentado aos direitos humanos, e como tal que deve ser combatido com persistência e veemência. Penso que as medidas que têm vindo a ser tomadas, nesse sentido, serão tanto mais eficazes quanto maior e melhor for a capacidade de escrutinar o seu cumprimento e, ao mesmo tempo, sancionar exemplarmente o seu incumprimento. Creio que uma avaliação continua do resultado do conjunto dessas medidas, será a forma mais eficaz de definir novas medidas e/ou corrigir as que estão em curso.

J.A.- Que recursos financeiros necessitam as populações mais enfraquecidas (a vários níveis) nessa autarquia?
P.C.- A tipologia de carências de maior relevância no segmento mais fragilizado da nossa população tem a ver, sobretudo, com questões relacionadas com necessidades identificadas de algumas melhorias no conforto habitacional e também ao nível de tratamentos na área da saúde. Quer num quer noutro, temos uma resposta de apoio que poderia ser melhorada em caso de reforço dos recursos financeiros disponíveis.

J.A.- O que pensa sobre as medidas tomadas pelo governo sobre o Covid 19 e sua vacinação?
P.C.- O plano de medidas implementado pelo governo, no âmbito da Covid-19, tem sido, em meu entender, considerando o desafio que representa a necessidade de combate a uma pandemia, uma enorme demonstração de capacidade de atuação e resposta concertada e objetiva, face a uma problemática com um impacto transversal, em diversas áreas e num contexto mundial.

J.A.- Que medidas pensa tomar durante este novo mandato?
P.C.- O conjunto de compromissos que temos com os nossos munícipes impõem que uma fatia importante do nosso orçamento, seja canalizado para medidas na área da saúde, da educação, do emprego, da ação social e da promoção do território. Contudo existem duas áreas que, neste mandato, constituem um enorme desafio, designadamente, a área da habitação, com a execução da Estratégia Local de Habitação e, a área da mobilidade, com a construção da ponte transfronteiriça entre Alcoutim e Sanlúcar de Guadiana, uma importante obra inscrita no Plano de Recuperação e Resiliência.

J.A.- Que problemas mais prementes necessitam de intervenção rápida nessa autarquia?
P.C.- No concelho de Alcoutim, tal como provavelmente noutros em circunstâncias idênticas, urge ser reforçado o conjunto de medidas de promoção da fixação de famílias nestes territórios, de modo a combater, de forma mais célere, eficaz e sustentada, o processo de despovoamento, no interior. Para além do referido, o concelho debate-se com alguns problemas que já anteriormente referi e onde o Estado está menos presente, nomeadamente na área da saúde, da educação e da ação social.

J.A.-Como está a situação financeira da autarquia neste novo mandato?
P.C.- A autarquia possui uma situação financeira equilibrada, com contas certas, apesar do corte significativo na principal fonte de receita, que é a proveniente do Estado, e de um brutal aumento da despesa, nomeadamente, ao nível do setor energético, especificamente nos combustíveis e eletricidade.

J.A.-A câmara presta apoio às juntas de freguesia?
P.C.- Sim. São nossos parceiros privilegiados.

J.A.-Que mensagem quer transmitir à população da sua autarquia
P.C.- Num momento particularmente difícil da nossa história, onde a pandemia colocou uma vez mais à prova, a nossa resiliência, onde uma guerra na europa ameaça a estabilidade e onde a imprevisibilidade é uma certeza no futuro, quero deixar uma mensagem de esperança, de coragem e de compromisso para que, juntos, possamos melhor enfrentar todas as dificuldades que se avizinham, disponibilizando toda a nossa capacidade e disponibilidade para apoiar naquilo que, no âmbito das nossas competências, for necessário.

J.A.- O Jornal das Autarquias existe desde 2007! Quer deixar-nos a sua opinião sobre o trabalho do mesmo?
P.C.- Saudar mais uma vez o vosso trabalho, meritório, de grande nível, e transversal na vertente informativa, pois enquanto comunicamos, aprendemos de forma colaborativa as boas práticas implementadas pelo país fora.

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