Entrevista ao Presidente da Junta de Freguesia da Ribeirinha

Alberto Gonçalves de Melo

J.A.- O turismo e o sector primário são valorizados nessa autarquia?
P.J.- Cada vez mais, com o aumento de custo de vista, o sector primário está a ser novamente valorizado e até tem vindo a aumentar. Os produtos estão cada vez mais caros e estamos cada vez mais a perder poder de compra. O turismo também está a ser muito valorizado: já existem cinco unidades de alojamento local e, cada vez mais, estamos a tentar que os turistas, para além de passaram na Ribeirinha, fiquem cá por algum tempo e possam deixar algum investimento para incentivar o comércio local.

J.A-As medidas já tomadas pelo Governo contra a violência doméstica, serão suficientes para atenuar esse flagelo?
P.J.- Infelizmente, a violência doméstica faz parte da vida de muitas famílias, quer física quer psicológica. Com a pandemia e o confinamento este fenómeno agravou-se, as pessoas ‘fartaram-se’ de estar confinadas e tornaram-se mais impacientes e intolerantes. O governo e várias instituições têm feito o possível para atenuar este flagelo e quando se tornou um crime público aí também ajudou bastante.

J.A.-Como encara a violência nas escolas?
P.J.- Com enorme preocupação. Tenho três filhos menores na escola e por vezes as frustrações que as crianças trazem de casa refletem-se em violência contra os seus colegas, o que disturba o ciclo de aprendizagem e traz um mal-estar enorme entre os estudantes e suas famílias.

J.A.- Existem cada vez mais maus-tratos, tanto em adultos como em crianças, incluindo violações. Quer falar sobre o assunto?
P.J.- Penso que isto tudo tem a ver com a maneira como somos educados. A maior parte pensa só nos seus direitos e nunca nos deveres. A minha liberdade vai até onde a do começa. Os videojogos, o constante stress do dia-a-dia, e até numa opinião muito pessoal, o dar o telemóvel ou outros equipamentos eletrónicos às crianças, em vez de passar tempo com elas, também tem uma grande influência nelas.

J.A.- Que recursos financeiros necessitam as populações mais enfraquecidas (a vários níveis) nessa autarquia?
P.J.- Precisamos de ajudar a população mais idosa que está a passar por dificuldades. Algumas habitações necessitam de instalações sanitárias adaptadas às suas limitações físicas, outras famílias que recebem apoios (os ditos subsídios) temos feito um trabalho de base com as assistentes sociais para terem um trabalho e não dependerem só dos subsídios. Necessitamos também de apoiar as famílias que mesmo o casal a trabalhar chega o final do mês sem poder pagar as contas do mês. Valorizar quem trabalha é essencial.

J.A.- O que pensa sobre as medidas que o Governo quer implementar sobre o parque da habitação?
P.J.- Todo o investimento no parque habitacional é bem-vindo, mas é necessária uma posição mais musculada porque foram muitos anos em estagnação.

J.A.- Os preços dos bens alimentares estão cada vez mais caros. Quais medidas deverá tomar o Governo para colmatar esse flagelo?
P.J.- Os bens essenciais têm que ser fiscalizados na sua venda, desde a saída do produtor ao supermercado, às vezes ou por vezes o intermediário fica a ganhar o dobro de quem produz. Tivemos a questão do IVA 0 % mas quando vamos ao supermercado não vemos.

J.A.- Que medidas pensa tomar durante o seu mandato?
P.J.- Apoio no combate das toxicodependências, coisas que já começamos com um espaço físico. Ajudar dentro dos regulamentos todas as famílias a terem melhores condições de habitação, melhorar a rede viária. Basicamente é trabalhar a 200% para o bem-estar das pessoas da freguesia, coisa que faço desde o primeiro dia do mandato e, claro, a construção do porto de Santa Iria.

J.A.- Que problemas mais prementes necessitam de intervenção rápida nessa autarquia?
P.J.- Habitação, apoio social, rede viária e infraestruturas para fomentar o desporto.

J.A.-Como está a situação financeira da autarquia neste novo mandato?
P.J.- Estamos bem. Temos feitos muitos investimentos na sede e numa viatura de apoio para todos os nossos operacionais.

J.A.-Que mensagem quer transmitir à população da sua autarquia
P.J.- Que podem contar com a junta de freguesia para estar ao lado de todos na defesa do melhor para a nossa freguesia

J.A.- O Jornal das Autarquias existe desde 2007! Quer deixar-nos a sua opinião sobre o trabalho do mesmo?
P.J.- Continuar com o bom trabalho e irem aos locais mais icónicos do nosso país para dar a oportunidade de todos serem ouvidos.

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